Um tema que tem me intrigado é o Retorno do Investimento na implantação do Programa de Acreditação. Tenho acompanhado projetos de sucesso, os quais geram ganhos tangíveis e intangíveis para as organizações e ao mesmo tempo percebo a dificuldade de evidenciarmos estes resultados para mobilizar outras empresas na conquista da acreditação. Assim, resolvi estudar um pouco mais sobre o assunto e encontrei uma operadora disposta a compartilhar seus investimentos e resultados para implantação do Programa de Acreditação.
Calculando o Retorno do Investimento em Acreditação
O Retorno sobre o Investimento (ROI), é uma métrica utilizada para avaliar quanto uma certa iniciativa/ação retornou para a empresa com base no investimento realizado. A Fórmula do ROI é: Receita – Investimento / Investimento x 100. Na área de serviços o ROI está em torno de 20%.
Considerando que o cálculo correto do ROI deve considerar o Overhead (taxa de administração central) o qual não é viável para este projeto, tendo em vista que o mesmo não terá receita. Neste caso, a ideia é mensurar o ganho obtido com a implementação do Programa de Acreditação. Para isto, criamos a taxa de Retorno do Investimento em Acreditação (RIA). A fórmula utilizada para o cálculo do Retorno do Investimento em Acreditação é: Economia Gerada – Investimento /Investimento x 100.
Por que medir o Retorno do Investimento em Acreditação?
O cálculo do Retorno do Investimento permite uma avaliação mais qualificada dos valores investidos frente aos ganhos obtidos pela empresa, destacando-se os seguintes aspectos:
– Melhor direcionamento das ações para gerar resultados qualificados;
– Conhecer os objetivos e resultados esperados pela empresa quando definiu realizar o investimento;
– A definição de objetivos relevantes para o negócio exige a análise da cadeia de valor e identificação dos processos críticos que serão impactados no investimento;
– Impactar na cultura da empresa de forma positiva faz parte do retorno do investimento de forma perene e agregadora na continuidade e aperfeiçoamento das práticas e padrões implantados;
– A capacitação e desenvolvimento das pessoas envolvidas no projeto gera retornos progressivos e avanços na forma de solucionar problemas e gerar valor na organização;
– Demonstrar a solidez econômica e a sustentabilidade da operadora.
Investimentos na implantação do Programa de Acreditação
Para este cálculo foram considerados os seguintes itens relativos aos investimentoscom a implantação do Programa de Acreditação:
– Auditoria diagnóstica por empresa terceirizada;
– Custos com contratação do órgão Acreditador homologado pela ANS;
– Horas extras da equipe interna;
– Custos com consultorias e treinamentos;
– Custos com a criação da área da qualidade na operadora;
– Custos com a reformulação do processo de Gestão de Prestadores e criação do Programa de Avaliação e Qualificação da Rede Prestadora;
– Custos com a estruturação da equipe multiprofissional da Medicina Preventiva;
– Elaboração e acompanhamento do planejamento estratégico;
– Custos com sistema informatizado para Gestão de Documentos;
– Custos com contratação de empresa terceirizada para realização da Pesquisa de Clientes;
– Despesas de viagens, alimentação e estadia de consultores e avaliadores externos;
Economia Gerada com as Melhorias implementadas
No caso em estudo, consideramos, para o cálculo das economias geradas em decorrência da implantação do Programa de Acreditação, os seguintes itens:
– Resultado líquido decorrente do incremento no faturamento;
– Incremento na economia gerada com as ações da Medicina Preventiva;
– Redução de custos assistenciais em decorrência da efetividade da Auditoria Concorrente;
– Redução dos custos relativos à gestão médica;
– Negociações com beneficiários para falta de cobertura evitando a judicialização;
– Aperfeiçoamento dos processos internos na defesa perante ao órgão regulador;
– Redução da evasão pela aplicação do Programa de Evasão de Beneficiários.
Desta forma, utilizando como base de cálculo os investimentos em todo o período de implantação do Programa de Acreditação e as economias geradas, concluímos que o Retorno do Investimento no Programa de Acreditação ficou em 8,7%.
O ROI e a Gestão da Saúde das Operadoras
Avaliar o ROI nos projetos estratégicos das Operadoras de Planos de Saúde é um desafio pouco explorado no ambiente empresarial. Há muitos artigos publicados sobre o ROI para avaliar retorno do investimento em novas tecnologias, na abertura de uma nova filial ou até para mensurar a utilização de mídias digitais. Já na área da saúde, em que os processos são mais complexos, sua mensuração é mais difícil de ser apurada de forma confiável e íntegra.
No caso do Programa de Acreditação de Operadoras, incentivado pela ANS, na RN 277/2011, a realização da avaliação sobre o atendimento aos requisitos desta Resolução, com a respectiva análise do que é relevante para a empresa, considerando seu porte, perfil de clientes, maturidade gerencial e capacidade de investimento é fundamental para a definição do cronograma de implantação. Outro fator preponderante neste investimento é a análise do respectivo Retorno para a operadora.
Atualmente, apesar do Programa de Acreditação ter sido criado há mais de 8 anos, não há uma movimentação intensa das operadoras para implantar a integridade do programa e conquistar o certificado de OPS Acreditada. Atualmente temos menos de 10% das operadoras do país com certificado de Acreditação. Na minha opinião, isto ocorre pelo fato de não estar claro para as operadoras os ganhos decorrentes desta implantação. Por isto o nosso empenho em demonstrar o Retorno do Investimento e os ganhos intangíveis que são superiores e imensuráveis.
Importância do ROI para a estratégia da Operadora
Quando falamos em estratégia para as Operadoras de Planos de Saúde imediatamente vem a nossa mente a sustentabilidade e permanência no mercado com geração de valor para todos os Stakeholders. Gerar resultado econômico-financeiro que assegure a margem de solvência e o retorno do investimento aos sócios é um dos propósitos da organização. Por outro lado, sabemos que o negócio que estiver focado somente no retorno financeiro e tem como alvo somente o lucro e geração de dividendos ao acionista/sócio sem pensar nas demais partes interessadas, está fadado ao fracasso. As boas práticas de governança corporativa alertam para a transparência da gestão, responsabilidade corporativa, prestação de contas e equidade na geração de valor aos stakeholders. Desta forma, incluir a experiência vivenciada pelo cliente na utilização dos serviços, a valorização e satisfação dos profissionais, a atenção e reconhecimento aos fornecedores e prestadores de serviços pela qualificação e segurança no atendimento aos beneficiários somados ao cuidado com o meio ambiente, projetos sociais relevantes geram sustentabilidade no sentido mais amplo e profundo do conceito.
A operadora que tiver interesse em permanecer no mercado com sustentabilidade estará atenta ao gerenciamento do seu Índice de Desempenho em Saúde Suplementar (IDSS) e buscara diferenciar-se no mercado com a implantação do Programa de Acreditação de Operadoras de Planos de Saúde incentivado pela Agência Nacional da Saúde. Se você busca uma consultoria especializada na implantação do Programa de Acreditação com retorno do seu investimento, consulte-nos!!!
Ana Giovanoni – Founder e Consultora do Grupo Giovanoni